5ª Conferência Não Monogamias e Intimidades Contemporâneas (NMCI)

29 e 30 de novembro – Online

03, 04 e 05 de dezembro – Presencial (Rio de Janeiro/Brasil)

A 5ª Conferência Não Monogamias e Intimidades Contemporâneas (NMCI) está chegando.

As não monogamias têm se consolidado como um campo de reflexão, pesquisa e prática que desafia normas tradicionais e propõe  outras maneiras de organização das relações afetivas e íntimas. Vivemos um momento em que as formas de se relacionar e de reelaborar as intimidades têm sido cada vez mais debatidas em diferentes esferas: nas ciências, nos movimentos sociais, nos Estados, nas mídias, nas artes, nas culturas e nos espaços da internet. Nesse cenário, torna-se fundamental a criação de encontros críticos que possibilitem a troca de vivências e saberes, de forma a ampliar o debate sobre os impactos e possibilidades das não monogamias no mundo contemporâneo. 

A Conferência NMCI foi criada em resposta à necessidade de estabelecer espaços de discussão sobre essas questões, em diferentes países, reunindo participantes da academia, artistas, ativistas e outras pessoas envolvidas em pesquisas, políticas e práticas relacionadas às não-monogamias e aos modos contemporâneos de intimidade.

A Conferência ocorre a cada dois anos e tem sido realizada em diferentes partes do mundo. A primeira edição ocorreu em Lisboa (Universidade Nova de Lisboa), em 2015; a segunda em Viena (Universidade Sigmund Freud), em 2017; a terceira em Barcelona (Universität Pompeu Fabra, Centro Cívico Pati Llimona e  Sala Apolo), em 2019; a quarta aconteceu de forma online no contexto da pandemia em 2021 e presencialmente em Valparaíso, Chile, (Universidad de Valparaíso), em 2023. Nesta quinta edição a conferência será realizada na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, (Universidade Federal do Rio de Janeiro), campus Praia Vermelha, em 2025.

No Brasil, essas discussões tem se expandido desde o início do século XXI. Grupos sociais articulados às vivências e conceitos de relações livres e poliamor, principalmente, contribuíram para promover as relações não monogâmicas como uma questão importante na agenda de debates públicos. Desde então, o número de pessoas com práticas e identidades não monogâmicas tem crescido, e coletivos que buscam refletir suas próprias realidades e repensar novas formas de afeto e sexualidade se expandem por todo o território nacional. 

O Brasil tem ocupado um lugar de destaque nas discussões sobre não monogamia, principalmente devido às disputas jurídicas relacionadas ao reconhecimento de uniões estáveis “poliafetivas”, que começaram em 2012 e foram proibidas em 2018 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Em 2020, em meio ao acirramento das discussões públicas, foi criado o grupo de pesquisa “Não-mono: Políticas, Afetos e Sexualidades Não-Monogâmicas” (CNPq), responsável pela organização da 5ª NMCI. O grupo  reúne pessoas pesquisadoras de universidades de norte a sul do país dedicadas ao estudo das relações não monogâmicas, como poliamor, relações livres, swing, relacionamento aberto, poligamia, entre outras. 

De maneira geral, o crescimento do debate ocorre em um cenário político e social complexo, onde discursos conservadores buscam impor visões rígidas sobre relações e afetos, enquanto movimentos de resistência reafirmam a importância da diversidade e da autonomia nas configurações relacionais.

Afinal, como as pessoas têm construído suas vidas afetivas diante de tantas concepções que se transformam constantemente? E como as não monogamias contribuem para a ampliação dos modos de existir e afetar o mundo, em meio a um contexto de crescimento do fascismo e conservadorismo?

É nesse cenário que temos data marcada para 29 e 30 de novembro na modalidade online e 03, 04 e 05 de dezembro de forma presencial no Rio de Janeiro, para que possamos compartilhar, compreender e contribuir para essas questões, que, de maneira intensa, têm composto o debate público.

Sobre a chamada

A 5ª Conferência NMCI é um espaço de reflexão e diálogo inter e transdisciplinar, reunindo diferentes áreas como Ciências Sociais, Psicologia, Direito, Ciências da Saúde, Comunicação, Artes, além de movimentos sociais. O evento busca integrar uma série de perspectivas críticas sobre gênero e sexualidade, família e parentesco, colonialidade, raça e etnia, direitos humanos e economia política, assim como temas transfeministas, teoria queer/cuir, estudos culturais, pós e transhumanismo, entre outros.

  1. Estado e direitos – Relações entre Estado, direito e monogamia, mononormatividade e reconhecimento legal das não monogamias, formas emergentes de ativismo judicial, alternativas à centralidade jurídico/institucional da família nuclear nas políticas públicas e de assistência social.  
  2. Família e Parentesco – Multiparentalidades e a biopolítica emergente do parentesco humano e não humano.  Parentescos não monogâmicos e múltiplas concepções de parentesco reconhecidas ou não pelo Estado. Parentesco entre povos indígenas. Perspectivas queer/cuir em Abya Yala.
  3. Movimentos sociais e ativismos não monogâmicos – Dissidência relacional e experiências ativistas; relações entre o ativismo não monogâmico e os movimentos feministas, LGBTQIAPN+, antirracistas entre outros. Interseções entre sexualidade, ordem pública, precariedade econômica, pânicos morais, repressão a protestos e demais opressões originadas pelo sistema capitalista e neoliberal.
  4. Saúde coletiva e Psicoterapias – Violências nas práticas e discursos profissionais e nas políticas públicas de saúde que reproduzem a mononormatividade. Relações entre moralidades monogâmicas e saúde pública, corpo e vulnerabilidades. Semelhanças e contrastes nos efeitos da pandemia de HIV/AIDS e da Covid-19 sobre as dissidências sexuais. Fortalecimento de redes virtuais de apoio e espaços de acolhimento para grupos de não monogamia. Psicoterapias e redes de cuidado no contexto das relações não monogâmicas.
  5. Subjetividades, identidades e práticas sociais – Produção de subjetividades contemporâneas, práticas de emancipação, autonomia e desconstrução de estereótipos. Construção de identidades políticas e práticas contra-hegemônicas. Processos de subjetivação nas relações não monogâmicas, incluindo hierarquização, ciúmes, compersão e outros aspectos.
  6. Territorialidade, colonialidade, diferenças culturais e geopolíticas – Relações Norte-Sul nos estudos sobre não monogamias. Monogamia, catequização e colonização. A hipersexualização de corpos não brancos e corpos não monogâmicos. Relações entre poliamor, poligamia, islamofobia e outras formas de xenofobia. Racismo em comunidades não monogâmicas. Dissidência relacional no Sul Global, etnocídio e sexualidade. Ball culture. Abordagens pós-coloniais, decoloniais, anti e contracoloniais. Relações com o meio ambiente no Antropoceno.
  7. Opressões de gênero e práticas sexuais não monogâmicas – Não monogamia política, relações livres, anarquia relacional, poliamor, relacionamento aberto, swingers, entre outros. Trabalho sexual, sexualidades e afetividades online, cibersexo, BDSM, aplicativos de namoro, assexualidade, etc. Feminismos, masculinidades, machismo e misoginia. Debates sobre como essas práticas e outras categorias estão tensionando normas de gênero e sexualidade.

Chamada para Trabalhos

Almejamos proporcionar um espaço de encontro entre as comunidades acadêmicas, artísticas e ativistas, desafiando os modelos convencionais do sistema hegemônico de produção de conhecimento. Portanto, estamos abertos a uma variedade de formatos de participação.

Acesse a página de submissões e saiba mais detalhes:

Datas importantes

16 de junho de 2025Início da chamada de submissão de trabalhos.
16 de julho de 2025

31 de julho de 2025

15 de agosto de 2025
Encerramento da chamada de submissão de trabalhos.

Novo prazo de submissão de trabalhos.

Última chamada para submissão de trabalhos.
Até 15 de agosto de 2025

Até 22 de agosto de 2025
Divulgação das respostas aos trabalhos submetidos.
15 de junho a 30 de agosto de 2025Inscrições antecipadas para trabalhos aceitos e para ouvintes.
31 de agosto a 30 de setembro de 2025Inscrições em período regular para trabalhos aceitos.
31 de agosto a 28 de novembro de 2025Inscrições em período regular para ouvintes.
03 de outubro
Em breve
Divulgação das normas de apresentação dos trabalhos.
29 e 30 de novembro de 2025Modalidade online da 5ª Conferência sobre não monogamia e intimidades contemporâneas.
03, 04 e 05 de dezembro de 2025Modalidade presencial da 5ª Conferência sobre não monogamia e intimidades contemporâneas, Rio de Janeiro, Brasil.

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